Introdução
Este trabalho foi produzido no
âmbito da disciplina de Design e Comunicação Visual lecionada pela professora
Cristina Ferreira, inserido no curso de Ciências da Comunicação: Jornalismo,
Assessoria e Multimédia da Universidade do Porto.
Teve como objetivo fazer o discente identificar e distinguir
os elementos básicos da comunicação visual; compreender as técnicas de
comunicação visual; utilizar os elementos básicos de comunicação visual e
técnicas de comunicação visual como meios de expressão; além de entender o
conceito de composição; Promover a reflexão e a prática do discurso gráfico,
estimulando o sentido estético, com vista à formulação de um objeto de
comunicação visual.
Especificações do trabalho
A composição visual foi
realizada tendo como tema de trabalho uma das imagens da exposição Dissecare, em
que a discente elaborou uma composição que é a interpretação visual da
fotografia escolhida. O trabalho final resultou em duas composições,
constituídas por elementos básicos de comunicação visual, organizados segundo
as técnicas de comunicação visual que a discente entendeu como adequadas. A
composição é adaptável a dois contornos básicos da comunicação visual: o
contorno quadrado, com 20 cm de lado e o contorno circular, com 20 cm de
diâmetro.
O trabalho realizado é
acompanhado de um ensaio teórico sobre o tema Dissecar e uma memória
descritiva e justificativa, que contextualiza de modo detalhado as escolhas
feitas, ao nível dos elementos básicos e das técnicas de comunicação visual,
utilizadas na concretização gráfica e visual da proposta.
A discente ainda realizou uma recolha
fotográfica, considerando indispensável à concretização do projeto, sobre o
tema dos Elementos básicos de comunicação visual e Técnicas de comunicação
visual.
1.
Composição visual
2.
Ensaio Teórico – O dissecar de emoções e ideias
O presente trabalho teve como tema a seguinte imagem da exposição
Dissecare, fotografada pelo aluno Miguel Ângelo Rodrigues.
Para criar este trabalho, a discente interpretou a imagem e identificou um
ambiente caótico. A cena retratada na figura dá a impressão de uma pessoa,
talvez seja esta um artista, ter ingerido altos níveis de bebida alcoólica e decidido
destruir algumas memórias, à medida que quebra um lápis, amassa papéis e cartas,
rasga fotografias e risca mensagens em diários.
É o dissecar de uma emoção, uma melancolia presente naquele momento.
Cada elemento da fotografia se encontra estrategicamente posicionado e o negro
ao fundo dá mais ênfase a este ambiente obscuro e triste. A solidão que evoca memórias
e lembranças. É retratada na fotografia a embriaguez de álcool, que deságua na
garganta, mas também a embriaguez causada pelo deságue de palavras, lidas,
sentidas e relembradas, que deságuam na alma desta pessoa.
É também o dissecar de ideias; assim como dito pelo representante
da Faculdade de Letras da Universidade do Porto em palestra na Reitoria da
Universidade do Porto sobre a exposição Dissecare, o dissecar de ideias é uma
ação presente diariamente na vida de um jornalista, designer, artista... O
dissecar de elementos a serem usados, de palavras, conjugações, regras gramaticais,
ideias, frases, cores, formas, tipografia, peso e tamanho; cada elemento faz
parte do processo de criação (ou destruição) de um artista.
A ideia é o ponto de partida, assim como o ponto
é literalmente o ponto de partida do alfabeto gráfico. Dando origem às linhas,
que em seguida criam as formas e outros elementos, como será explicado a seguir
na memória descritiva deste trabalho.
3. Memória
descritiva e justificativa dos elementos utilizados
Foram criadas duas
composições, uma circular e uma quadrada, constituídas por elementos básicos de
comunicação visual (que serão mais detalhados a seguir) e organizadas segundo
as técnicas de comunicação visual que a discente entendeu como adequadas, como base
os princípios da Gestalt, por exemplo. Foi utilizado como base para este
trabalho o livro “Sintaxe da Linguagem Visual”, do escritor Donis A.
Dondis.
A composição
final é composta pela técnica de justaposição de uma garrafa como
elemento principal, fonte da embriaguez física e emocional do personagem da
fotografia, em um background preto com uso de linhas brancas, formando
uma textura caótica que foi criado a partir de um desenho da discente. Em uma
das composições foi utilizado o gradiente em algumas linhas para realçar esse sentimento
caótico de uma forma visualmente apelativa, relembrando a textura de cacos de
vidro, fragmentos.
O ponto é a
unidade de comunicação visual mais simples e irredutivelmente mínima. Tendo o ponto
como a “primeira letra” do alfabeto tipográfico, a discente ao estudar os
princípios da Gestalt, decidiu utilizar círculos como ponto de partida de sua composição
ao criar a base da garrafa, fazendo uso de círculos e semicírculos como
principais elementos. A principal técnica utilizada foi a ênfase, em que
se realça apenas uma coisa contra um fundo em que predomina a uniformidade.
Sendo assim, a garrafa como elemento principal até mesmo na escolha das cores
chamativas que contrastam com o fundo preto e branco, fazendo uso da técnica de
transparências nas formas geométricas utilizadas neste elemento. Também
faz uso da distorção, ao colocar em perspectiva a garrafa, mas
não de uma forma fidedigna a realidade, dando asas e liberdade a imaginação da discente.
Em que a profundidade é intensificada pela reprodução da informação
ambiental através da imitação dos efeitos de luz e sombra, com o objetivo de
sugerir a aparência natural de dimensão.
A discente
também usou o conceito do positivo e negativo, ao utilizar a coloração
preta e branca no background de suas composições. A importância do positivo e
negativo nesse contexto relaciona-se apenas ao fato de que, em todos os
acontecimentos visuais, há elementos separados e ainda assim unificados. Elementos
claros sobre fundo escuro parecem expandir-se, que é o que acontece nestas
composições. A intenção foi desenhar as linhas, que nada mais são do que
um conjunto de pontos, relembrando assim o papel amassado que se
encontra na fotografia original, fazendo o uso da textura desenvolvida a partir
de um desenho, em que a textura enrugada é o que trás toda a ideia de um
ambiente caótico pretendido pela discente.
O desenho da
textura é uma composição espontânea por si própria, caracterizada por
uma falta aparente de planejamento. É uma técnica saturada de emoção, impulsiva
e livre. Também é ousada, com o objetivo de obter a máxima visibilidade.
E casual, por sugerir uma desorganização intencional e a apresentação
acidental da informação visual.
Por mais que se
espere uma composição instável devido ao caos, ela ainda possui um senso
de simetria e equilíbrio, por se tratar do reflexo do lado direito ao
lado esquerdo. É uma composição complexa e fragmentada.
Uma composição
com forte profusão, sendo esta “carregada em direção a acréscimos
discursivos infinitamente detalhados a um design básico, os quais, em termos
ideais, atenuam e embelezam através da ornamentação. A profusão é uma técnica de
enriquecimento visual associada ao poder e à riqueza”, como dito por A.
Dondis em seu livro.
Sendo um reflexo
da profusão, a composição praticamente “grita” ao exagero. Que este, para
ser visualmente eficaz, deve recorrer a um relato profuso e extravagante,
ampliando sua expressividade para muito além da verdade, em sua tentativa de
intensificar e amplificar; que é exatamente o que ocorre nesta composição.
As composições
visuais foram criadas fazendo uso do software Adobe Illustrator e todos os
elementos utilizados são de criação própria da discente deste trabalho.
Fontes bibliográficas para a pesquisa:
DONDIS, Donis A. A sintaxe da
linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991
4. Recolha fotográfica
#linha #textura #círculo #complexidade
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(o restante ta recolha fotografica se encontra no moodle)
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